Histórias do Hyde Park: Estátua de Linné

Estátua de Carl van Linne em Midway.

Situada em Midway, perto da Biblioteca Harper, uma estátua de bronze de Carl von Linné (1707-1778) ergue-se sobre uma base de granito. Linné segura a flor que identificou, Linnaea borealis, que se tornou a flor nacional sueca. Um de seus livros está debaixo do braço.

Linné desenvolveu seu amor pelas plantas naturalmente. Seu pai escolheu o sobrenome Linnaeus para homenagear sua árvore favorita. Carl Linnaeus tornou-se Carl von Linné quando o rei sueco o nomeou barão. Entre suas muitas realizações, Linné transformou o caos da natureza em ordem taxonômica, permitindo o crescimento do estudo científico.

Esta estátua, um símbolo do orgulho sueco erguida em 1891, passou seus primeiros 80 anos no ponto onde a Fullerton Avenue entra no Lincoln Park. A imigração sueca para Chicago começou para valer na década de 1860, quando as quebras nas colheitas deixaram as pessoas na miséria. Eles se reuniram em Swede Town, ao norte do rio Chicago. Quando o incêndio de 1871 a destruiu, a comunidade, então o terceiro maior grupo de imigrantes em Chicago, espalhou-se. Metade mudou-se para o norte, para Andersonville, e a outra metade se dispersou pelos lados oeste e sul, mantendo contato por meio de jornais e organizações suecas. Em 1900, Chicago era a segunda maior cidade sueca do mundo.

Mas à medida que os números aumentavam, também aumentavam as divisões dentro da comunidade. Um dos maiores jornais foi o Hemlandet (“Pátria”), que apoiava a monarquia sueca e a igreja luterana. Outros jornais, como o Svenska Amerikanaren, com circulação de 80.000 exemplares, abraçaram a vida na América. Ainda assim, outros jornais promoveram o socialismo e os direitos dos trabalhadores.

Os líderes ficaram preocupados porque a comunidade dividida não estava fazendo com que seu número fosse sentido na cidade tão fortemente quanto os alemães. Eles queriam uma demonstração de força. Em 1885, Hemlandet propôs uma estátua do rei Gustavus Adolphus no Lincoln Park, mas houve fortes objeções. No ano seguinte, os alemães ergueram uma estátua de Johann Christoph Friedrich von Schiller, o famoso dramaturgo e poeta, e os suecos decidiram que uma figura cultural poderia ser unificadora. Assim como os alemães, eles decidiram trazer um toque de casa para Chicago, copiando uma estátua existente. A comissão do monumento escolheu um monumento a Linné de Frithiof Kjellberg que acabara de ser erguido em Estocolmo.

A arrecadação de fundos foi lenta, mas em 1890 eles encomendaram uma cópia de Carl Dyfverman, que havia trabalhado com Kjellberg na criação do original. A enorme estátua principal foi fundida em bronze e enviada para Chicago, enquanto a base de granito foi esculpida em seções no Maine. O monumento foi montado a tempo para uma inauguração em 23 de maio de 1891, aniversário de 184 anos de Linné. Trinta organizações suecas marcharam pela Clark Street para se juntar às dezenas de milhares de pessoas reunidas junto à estátua amortalhada. No final das festividades, o chefe da comissão da estátua, Robert Lindblom, um rico comerciante de grãos, entoou uma antiga inscrição nórdica: “Este sinal permanecerá à beira do caminho e exortará a nossa memória enquanto os homens existirem”. Então, sua filha Vesta, de 11 anos, puxou a corda para inaugurar a estátua. Após um momento de suspense, as bandeiras se separaram e caíram.

Estátua de Carl von Linne, por volta de 1930. A musa na extrema esquerda é Mineralogia com o mapa no joelho e um cristal de quartzo na mão direita, no centro está Botânica examinando a flor nacional da Suécia com uma lupa, e no à direita está Medicina segurando um morteiro com o Bastão de Asclepias à sua direita.

Grandes urnas ficavam nas quatro alas do pedestal, onde pertenciam as musas que representavam as áreas de estudo de Linné. Dyfverman enviou à comissão moldes ocos de ferro e zinco dos originais para que, quando arrecadassem dinheiro suficiente, pudessem fundi-los em bronze. Em março de 1893, a comissão percebeu que o mundo inteiro, especialmente os suecos familiarizados com o original, estavam prestes a comparecer à Exposição Mundial Colombiana, então montaram às pressas os moldes ocos no pedestal.

As musas mostraram aos visitantes as maravilhas da natureza. Zoologia tinha uma borboleta nas costas da mão, que ela estendeu para tocar. A Mineralogia tinha um mapa sobre um joelho enquanto segurava um cristal de quartzo. A botânica estudou uma flor através de uma lupa. A medicina estendeu um morteiro com a vara de Asclépio ao seu lado.